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Estado de Minas e Diário de Pernambuco citam Gabriel Mendonça

12 de dezembro de 2008
O jornal Estado de Minas, em reportagem acerca do pacote do governo de redução de impostos para combater a crise econômica, ouve Gabriel Mendonça. A notícia foi reproduzida também no jornal Diário de Pernambuco.
 
 
Imposto menor para salvar 2009
 
Pacote anunciado pelo governo beneficia cerca de 10 milhões de contribuintes que ganham mais de R$ 1.434. Meta é retomar confiança do consumidor e, com isso, estimular a economia
Paola Carvalho e Zulmira Furbino
 
Para assegurar o crescimento da economia brasileira em meio à crise, o governo anunciou ontem medidas que aliviam a carga fiscal e estimulam o consumo. Desta vez, a classe média tem o que comemorar. Cerca de 10 milhões de contribuintes que ganham mais de R$ 1.434, segundo cálculo do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT), serão beneficiados pela criação de duas alíquotas intermediárias de Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF) – 7,5% e 22,5%. Além disso, foram anunciadas reduções nas alíquotas do Imposto sobre Produto Industrializado (IPI) em automóveis e do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). A desoneração total chega a R$ 8,4 bilhões, mas o impacto no Produto Interno Bruto (PIB) 2009 será de 0,3%.
 
O governo federal vai editar medida provisória com a nova tabela do IR, que entra em vigor em 1º de janeiro de 2009. “Estamos aliviando a carga fiscal e, ao mesmo tempo, estimulando a demanda na economia”, afirmou o ministro da Fazenda, Guido Mantega. A equipe econômica projeta que este estímulo representará uma renúncia fiscal de R$ 4,9 bilhões e, por si só, garantirá um crescimento de 0,2% do Produto Interno Bruto (PIB) no ano que vem.
 
Com as duas alíquotas intermediárias, somam-se agora quatro índices sobre a renda. Quem ganha até R$ 1.434 continuará isento e deste valor até R$ 2.150 haverá nova alíquota, de 7,5%. Entre R$ 2.150,01 e R$ 2.866, incidirá 15%. Deste valor até R$ 3.582 haverá outra alíquota nova, de 22,5%. Acima disso estão mantidos os 27,5%.
 
“Não tiro a importância da medida, mas ela é insuficiente. A tabela de 15% e 27,5% foi criada em 1996. A defasagem desde então é de 46%. Se houvesse correção integral, o limite de isenção ultrapassaria R$ 2.000”, afirmou o presidente do IBPT, Gilberto Luiz do Amaral. Ele ressaltou ainda que, em 1996, eram isentos do IRPF aqueles que recebiam nove salários e que hoje o teto teria caído para 3,8 salários. Contudo, Amaral admitiu que todo alívio é favorável.
 
Para exemplificar, quem tem renda mensal de R$ 4.000 teria de pagar, pela tabela anterior, R$ 526,65 de IR (zero sobre a renda de R$ 1.434, 15% sobre o valor entre R$ 1.434 e R$ 2.866 e 27,5% sobre os R$ 1.134 restantes). Pela mesma metodologia, com as novas alíquotas, pagará R$ 437,15, uma diferença de R$ 89,50 por mês.
 
De qualquer forma, levando-se em consideração o conjunto de medidas, a renda disponível para a classe média gastar vai aumentar. “A minha dúvida é se os recursos serão revertidos em consumo, diante da dificuldade de crédito e juros ainda altos, a ponto de assegurar o crescimento da economia”, afirmou o tributarista Gabriel Mendonça, sócio-diretor do escritório Sacha Calmon. O especialista chamou a atenção para a declaração anual do IR. Os novos índices só poderão ser usados em 2010, quando a prestação de conta se refere a 2009.
 
O consultor do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), Júlio Gomes de Almeida, tem a mesma opinião. Para ele, as medidas anunciadas pelo governo são boas e oportunas, porém não são suficientes para evitar a retração da economia.
 

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